Foz do Iguaçu enfrenta uma grave crise de saúde pública com o aumento expressivo no número de mortes provocadas por síndromes respiratórias agudas graves (SRAG). Segundo boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta segunda-feira (30), já são 36 óbitos registrados desde o início do ano, sendo a maioria relacionada ao vírus da influenza A — mesmo com a vacina disponível gratuitamente na rede pública.
O vírus influenza A lidera o número de mortes com 25 registros, seguido por quatro causadas por rinovírus, duas por vírus sincicial respiratório, uma por adenovírus e uma por covid-19. Outros três casos, de pacientes com idades entre 20 e 86 anos, ainda estão sob investigação.
As vítimas da influenza A tinham entre 24 e 102 anos de idade. Já os óbitos causados por rinovírus atingiram pacientes de 4 a 93 anos. A morte registrada por covid-19 foi de um paciente de 66 anos.
Desde o último levantamento, no início de junho, o número de mortes aumentou significativamente — eram 21 casos no dia 9. A ocupação no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu está acima de 100%, com 235 pacientes para apenas 218 leitos disponíveis, mesmo após o governo estadual contratar leitos extras em São Miguel do Iguaçu.
Diante da situação, a Secretaria de Saúde reforça a importância de procurar atendimento médico assim que surgirem os primeiros sintomas respiratórios, como febre, tosse, dor de garganta e dificuldade para respirar. O diagnóstico precoce é essencial para evitar o agravamento do quadro clínico.
Além disso, a pasta orienta a população a seguir medidas de prevenção para conter a transmissão dos vírus:
- Cobrir nariz e boca com o antebraço ou lenço descartável ao espirrar ou tossir;
- Higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool em gel;
- Evitar aglomerações, ambientes fechados e mal ventilados;
- Utilizar máscara, especialmente em locais de risco ou se apresentar sintomas.
A imunização contra a gripe é uma das formas mais eficazes de prevenção, mas a adesão da população ainda é baixa. Até agora, apenas 75.220 doses da vacina contra a influenza A foram aplicadas em Foz — pouco mais de 25% da meta estipulada, que é de 295.500 doses.
As autoridades de saúde alertam para a urgência de aumentar a cobertura vacinal e manter os cuidados básicos para evitar novos casos e aliviar a pressão sobre a rede hospitalar.