O Hospital Municipal Padre Germano Lauck, em Foz do Iguaçu, está operando muito além da sua capacidade máxima. Com todos os 218 leitos oficialmente disponíveis ocupados, a unidade de saúde registrou no último sábado (31) um total de 277 pacientes internados — número que obriga o hospital a tomar medidas emergenciais, como alocar doentes em áreas de circulação e suspender novos internamentos.
A situação crítica é reflexo direto da escalada de casos de doenças respiratórias, que têm sobrecarregado a rede pública de saúde em todo o estado. Pacientes que precisam de internação estão sendo mantidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), à espera de vagas no hospital. Profissionais de saúde relatam jornadas exaustivas e falta de estrutura para lidar com o alto volume de atendimentos.
Diante do colapso, o Governo do Paraná anunciou neste domingo (1º) a contratação emergencial de 25 leitos pediátricos para o município. Do total, 10 serão destinados a Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) infantis e 15 para enfermarias. A medida visa aliviar a pressão sobre o Hospital Municipal, sobretudo no atendimento a crianças, que representam parcela significativa dos casos respiratórios graves.
A superlotação também reacende o debate sobre a fragilidade do sistema de saúde pública em períodos de alta sazonal de doenças. Especialistas alertam que a falta de um planejamento mais robusto para o outono e o inverno agrava situações como essa, repetidas anualmente em diversas cidades do Brasil.
Enquanto isso, familiares de pacientes internados convivem com a angústia da espera e a insegurança de um atendimento comprometido. “Minha mãe está em uma cadeira no corredor desde ontem. Disseram que não tem quarto, mas ela está com pneumonia e precisa de repouso e acompanhamento”, conta Marli Silva, moradora do bairro Três Lagoas.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que continua em diálogo com o governo estadual e federal para viabilizar novos recursos e estratégias que ajudem a contornar a crise. No entanto, ainda não há previsão para normalização dos atendimentos no Hospital Municipal.