O Paraná vive um momento crítico em relação às doenças respiratórias. O governo estadual declarou estado de alerta após registrar, desde o início de 2025, 523 mortes por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG). Entre esses casos, 85 óbitos foram causados por gripe (Influenza), e apenas 9 das vítimas haviam sido vacinadas, o que representa pouco mais de 10% do total.
Os dados, divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), acendem um sinal de preocupação diante da baixa adesão à vacinação contra a Influenza. Ao todo, o estado confirmou 10.635 casos de SRAG neste ano, sendo 991 por gripe — número que vem crescendo de forma acelerada nas últimas semanas, especialmente com a chegada do outono e a maior circulação de vírus respiratórios.
Alerta preventivo e reforço na vacinação
Diante do cenário, a Sesa intensificou a campanha de vacinação e pediu o apoio dos municípios para ampliar a cobertura vacinal, principalmente entre os grupos de risco, como idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com doenças crônicas.
“Essas mortes poderiam ter sido evitadas com a vacinação. A vacina contra a Influenza é segura, gratuita e fundamental para reduzir complicações graves da doença”, alertou a secretária estadual da Saúde, Beto Preto, em coletiva realizada nesta semana.
A baixa procura pela vacina tem preocupado as autoridades. Em várias regiões do estado, a cobertura vacinal ainda não atingiu sequer 60% do público-alvo, bem abaixo da meta de 90% estipulada pelo Ministério da Saúde.
Hospitais pressionados
Além das mortes, a alta no número de internações por SRAG tem pressionado o sistema hospitalar paranaense. Segundo a Sesa, hospitais de referência em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel operam com taxas elevadas de ocupação nas alas de emergência e UTI.
O governo também recomenda medidas preventivas à população, como a higienização frequente das mãos, uso de máscaras em locais fechados e a busca imediata por atendimento médico diante de sintomas respiratórios graves, como falta de ar e febre persistente.
Expectativa e mobilização
Com a chegada do inverno, a tendência é de aumento nos casos, o que reforça a necessidade de mobilização social para conter a propagação da gripe e outras doenças respiratórias. A vacinação continua disponível nas unidades básicas de saúde de todo o estado, e a recomendação é que as pessoas não deixem para depois.
“A gripe não é uma doença leve para todos. Estamos vendo isso nos números. A vacina salva vidas”, destacou o secretário Beto Preto.
A Secretaria da Saúde atualiza semanalmente os dados epidemiológicos em seu boletim oficial e promete reforçar as estratégias de conscientização nas redes sociais e meios de comunicação.