Bolsonaro presta depoimento ao STF em ação penal sobre suposta trama golpista

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Brasília — O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ação penal que investiga a existência de um plano golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022. O interrogatório foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte.

Bolsonaro é um dos oito réus do chamado “núcleo 1” da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o órgão, os acusados planejaram medidas inconstitucionais com o objetivo de anular o resultado das eleições e manter o ex-presidente no poder.

A PGR sustenta que Bolsonaro teve conhecimento da chamada “minuta do golpe”, um documento que sugeria a decretação de estado de sítio, a prisão de ministros do STF e de outras autoridades, além da anulação do pleito eleitoral. O plano, segundo as investigações, teria sido articulado nos últimos meses de 2022, após a derrota nas urnas.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, é um dos principais delatores do caso. Em acordo de colaboração premiada, Cid confirmou à Polícia Federal a existência de reuniões para discutir a minuta e implicou diretamente o ex-presidente nas tratativas. As informações fornecidas por ele reforçaram os indícios usados pela PGR na acusação.

O julgamento da ação ainda não tem data marcada, mas deve se tornar um dos principais processos do STF em 2025. Caso condenado, Bolsonaro pode enfrentar penas severas, incluindo a inelegibilidade já decretada em outro processo e eventual prisão.

O caso é mais um capítulo no cerco jurídico ao ex-presidente, que responde a uma série de investigações, incluindo suspeitas sobre uso indevido da estrutura presidencial, ataques ao sistema eleitoral e disseminação de fake news.

A defesa de Bolsonaro reitera que ele está sendo alvo de perseguição política e que confia na absolvição ao fim do processo.

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